Coisas da Política – João Salame

ATO

Nesta segunda-feira, 8 de janeiro, o País relembra os atos que há 1 ano vandalizaram as sedes dos 3 Poderes da República. Num ato comandado pelo presidente Lula, representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário promoverão um ato em defesa da democracia. São esperadas cerca de 500 autoridades de todo o País. O Pará estará representado pelo governador Helder Barbalho (MDB) e o senador Beto Faro (PT), além de outros parlamentares.

 

PREJUÍZO

Além da questão democrática, os atos de 8 de janeiro do ano passado já produziram um prejuízo financeiro de 16,4 milhões de reais aos cofres públicos até agora. É o que já foi gasto para reparar a destruição dos prédios e obras de arte. Nas ações que foram impetradas contra os vândalos e financiadores da manifestação está sendo pedida a reparação financeira pelos prejuízos causados.

 

PRESTÍGIO

Vice-governadora Hana Ghassan (MDB) – na foto abaixo – está com a bola toda. No final de ano ela coordenou pessoalmente a doação de cestas básicas e brinquedos para crianças junto com cerca de 30 vereadores da capital e lideranças comunitárias influentes. Nesta segunda-feira (8), Hanna assinou ordem de serviços para pavimentação asfáltica nos bairros do Telegrafo, Tenoné e Icoaraci, num evento com participação popular.

 

 

NOME

Diante das dificuldades que o prefeito Edmilson Rodrigues (PSol) enfrenta e dos índices baixos de popularidade que a possível candidatura do deputado Igor Normando tem apresentado nas pesquisas, já se comenta em larga escala nos bastidores da política paraense a possível candidatura de Hanna para a prefeitura de Belém. Muito ligada ao governador, que está com excelente popularidade na capital, tem o perfil de boa técnica e administradora, o que seria um excelente mote de campanha.

 

PROJETO

Essa conversa que circula nos bastidores ainda não ganhou maior dimensão porque Helder Barbalho tem reiterado que Hana é candidata à sua sucessão. Inclusive, repetiu isso nas comemorações do aniversário de Ananindeua, diante do prefeito Daniel Santos (MDB), que alimenta a mesma pretensão.  Para observadores da cena política esse seria um motivo mais que suficiente para descartar a possível candidatura de Hanna para a prefeitura de Belém.

 

ESPECULAÇÃO

Mas há quem pense diferente. Diante da possibilidade das forças de direita ganharem a prefeitura da capital e Daniel Santos se reeleger no primeiro turno no segundo maior colégio eleitoral do Estado, o que colocaria em risco o projeto comandado por HB, a hipotética candidatura de Hanna na capital não seria tão absurda assim. E atenderia a vários fatores, fundamentais para a manutenção do projeto do atual bloco de poder.

 

FATORES

Sem desgastes, com perfil de administradora e leal ao governador, a vitória de Hanna garantiria a hegemonia do atual bloco de poder na capital. Se hoje sua candidatura a governadora produz o questionamento de sua inexperiência nas urnas, isso seria superado nessa disputa de 2024. Tendo um vice de confiança, já testada nas urnas, teria mais facilidade para deixar a prefeitura e disputar o Governo do Estado, a exemplo do que fez João Dória em São Paulo.

 

PEDRA

Mas como diria o poeta Carlos Drummond de Andrade, tem uma pedra no meio do caminho. E essa pedra atende pelo nome de Edmilson Rodrigues. Apesar do grande desgaste que sua administração vem enfrentando, Ed promete mudanças importantes no início deste ano, capazes de turbinar sua reeleição que, além do mais, conta com a força da militância e não deve ser desprezada. Além do inestimável apoio do presidente Lula. Ou seja, tem muita articulação, café e noites mal dormidas para o condomínio MDB-PT-PSol administrar esse dilema.

 

FUNDO

O levantamento é do Portal Poder 360. O grupo de partidos políticos que se declara “conservador” ou de “direita” terá duas vezes o valor do Fundo Eleitoral em 2024 em relação àquelas agremiações que se apresentam como de esquerda. Os partidos de direita (PL, Republicanos e PP) receberão cerca de 2,4 bilhões de reais. Os partidos de centro (MDB, PSDB, PSD, etc) terão cerca de 1,3 bilhão de reais. E os de esquerda (PT, PSB, PDT, PSol, PCdoB, etc) receberão cerca de 1 bilhão de reais.

 

BOI

A influente articulação Plataforma do Boi, de Altamira e região, que reúne cerca de 350 pecuaristas, decidiu entrar na política eleitoral. De viés bolsonarista, pretende lançar o fazendeiro Mazio Bandeira (na foto abaixo), mais conhecido como Mazio do Posto, como candidato a prefeito de Altamira pelo PL. Mas há divergência dentro do grupo. O vice-prefeito Jorge Gonçalves (Podemos), que também participa do agrupamento, não abre mão de sua candidatura.

 

 

POSSIBILIDADE

Comenta-se que Mazio, que além de pecuarista é dono de vários postos de combustíveis, até admite abrir mão de sua candidatura para o vice-prefeito. Desde que ele se filie ao PL, para que assuma uma candidatura claramente bolsonarista. O problema adicional é que Jorge é criticado dentro do próprio grupo por nunca ter se diferenciado do prefeito Claudomiro Gomes (PSB), que recebe a crítica quase unânime de integrantes do grupo.

 

LIVRE

Helder Barbalho (MDB) está livre dos processos que foram movidos pelo Ministério Público sobre sua suposta participação no famoso caso dos respiradores chineses e no das Organizações Sociais, no período da pandemia. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) arquivou as denúncias contra o governador por considerar as provas insuficientes para enquadrá-lo em qualquer tipo de denúncia. No entanto, os processos continuam valendo para os demais acusados.

 

REELEIÇÃO

A Confederação Nacional dos Municípios aponta que, dos 5.568 prefeitos do País, 3.510 têm direito à reeleição nas eleições deste ano, o que corresponde a 63,04%. No Pará, dos 144 gestores municipais, 106 podem se recandidatar, segundo a CNM, o que representa 73,6% dos atuais prefeitos. Pode se esperar uma enxurrada de ações contra o uso da máquina pública em favor de candidaturas. A conferir.

 

PAUTA

O ministro André Mendonça devolveu ao Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) o processo que vai decidir sobre as famosas “sobras eleitorais”. O julgamento estava 3 a 0 a favor de considerar que todos os partidos têm o direito de disputar as sobras e não apenas os que obtiveram 80% dos votos, por considerarem que essa mudança foi aprovada de forma inconstitucional. No entanto, o relator Ricardo Lewandowski (já aposentado) entendeu que a regra não deve se aplicar às eleições de 2022, passando a valer só a partir de 2024. Já os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes votaram para que passe a valer já a partir das eleições passadas. Nos próximos dia so assunto deverá ser pautado no STF.

 

MUDANÇA

Caso esse entendimento seja mantido pela maioria do Supremo e na hipótese de que a regra passe a valer já a partir das eleições de 2022, teremos mudança na composição da bancada de deputados federais do Pará. Sairiam do mandato os deputados Raimundo Santos (PSD), delegado Caveira (PL) – na foto abaixo –  e Henderson Pinto (MDB). Em seus lugares entrariam os deputados Paulo Bengtson (PTB), Lena Pinto (PSDB) e Cássio Andrade (PSB).

 

 

APOSTA

Deputado federal Keniston Braga (MDB) continua sua articulação para ser candidato a prefeito de Parauapebas. Ele aposta forte na fama que tem de bom gestor, o que o projetaria como um nome mais indicado para enfrentar as turbulências pelas quais passa o município. Sem falar que foi a liderança que mais bateu de frente com o vereador Aurélio Goiano (PL), hoje o líder das pesquisas, além de ter obtido mais de 50 mil votos dentro do município na sua eleição para a Câmara Federal.

 

ANIVERSÁRIO

Nesta terça-feira comemoram aniversário os deputados Wescley Tomaz (Avante) e Olival Henrique Marques de Souza (MDB). A Coluna deseja saúde e sucesso na condução de seus mandatos.

 

FRASE

William Shakeaspeare (dramaturgo inglês): “Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes”.

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