No cargo, Karina auxiliará o presidente em políticas públicas, preparação de comunicados, participação em eventos cerimoniais e protocolares, além de lidar com as relações com o público, de acordo com a imprensa argentina
O presidente da Argentina, Javier Milei, alterou no primeiro dia de mandato uma lei criada no governo do então presidente Mauricio Macri que proibia a nomeação de parentes em cargos da administração pública. Ele mudou a lei anti-nepotismo para empregar sua irmã Karina como Secretária-Geral da Presidência e alterou a Lei dos Ministérios para começar seu governo com apenas metade das pastas, embora não tenha reduzido o número de funcionários.
Deste modo, Milei criou uma exceção na lei que proibia a nomeação e contratação de parentes de até segundo grau do Presidente e do Vice-Presidente, do chefe do Gabinete de Ministros, dos ministros e de outros funcionários com o mesmo nível e hierarquia dos ministros. Na prática, a exceção é que só o presidente, ou seja, ele, pode quebrar a regra.
Para explicar a mudança que beneficia sua irmã, Milei, que se elegeu com a bandeira de “anti sistema” e a favor da redução do estado, disse que a Constituição garante o “princípio da competência para ocupar os cargos”, que “é preciso restringir a proibição que existia” e que “as nomeações que o Presidente faz são baseadas nos poderes que ele tem”. A beneficiada assume assim o novo cargo de Secretária Geral da Presidência, próxima de Milei a quem ela chama de “O Chefe”.
Milei ainda não anunciou um plano para enfrentar a crise econômica e social que assola o país e coloca cerca de 40% da população abaixo da linha da pobreza. No domingo, entretanto, ele já havia adiantado que os argentinos devem esperar o aumento da inflação e aumento de desemprego no primeiro ano de sua gestão. Em sua primeira coletiva na Casa Rosada, o porta-voz da presidência informou que as medidas serão apresentadas pelo ministro da Economia, Luis Caputo, na terça-feira, 12 de dezembro.
O governo Milei anunciou a decisão de reduzir pela metade do número de ministérios, de 18 para 9. No entanto, a decisão não alterou o orçamento nem a quantidade de funcionários do governo. As antigas pastas foram transformadas em secretarias, que mantiveram o status ministerial. Por exemplo, os ministérios da Educação, do Trabalho, da Cultura, das Mulheres e do Desenvolvimento Social tornaram-se secretarias e, juntas, formaram o Ministério do Capital Humano.
(Foto: Agustin Marcarian/Reuters)