Parte da mina da Braskem sofre rompimento em Maceió

O problema foi detectado em um trecho da Lagoa Mundaú, bairro do Mutange, no início da tarde deste domingo (10) e Defesa Civil está monitorando a área

 

 

A mina 18, da Braskem, que estava em risco de colapso desde o fim de novembro, sofreu um rompimento às 13h15 deste domingo (10). Segundo a Defesa Civil, o local está completamente desocupado e não há risco para pessoas. O rompimento pode ser percebido em trecho da Lagoa Mundaú, no bairro de Mutange. No momento, técnicos da Defesa Civil estão monitorando o local e buscam mais informações.

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, confirmou o rompimento e compartilhou vídeos da Lagoa Mundaú. “Às 13h15 de hoje, a mina 18 sofreu um rompimento, no trecho da lagoa próximo ao Mutange. Estarei em instantes sobrevoando a área com os nossos técnicos. A Defesa Civil de Maceió ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados e não há qualquer risco para as pessoas. Novas informações sobre o assunto estão sendo obtidas e serão compartilhadas assim que possível.”

Em nota, a Prefeitura de Maceió informou que, diante do rompimento da mina 18, o prefeito de Maceio solicitou reunião urgente com o governador de Alagoas, Paulo Dantas, a ser realizada ainda neste domingo (10), a fim de tratar dos desdobramentos do episódio e em busca de soluções que contem com a participação do governo estadual.

Mais cedo neste domingo, a Defesa Civil divulgou um boletim que apontou uma desaceleração no ritmo do afundamento do solo na área da mina da Braskem. A velocidade passou de 0,54cm/h para 0,52 cm/h — totalizando 2,35 metros de afundamento desde o dia 30 de novembro.

Equipes técnicas do Ministério de Minas e Energia avaliaram os dados da Defesa Civil de Maceió e afirmam que o “incidente foi localizado, sem danos maiores aparentes”. Especialistas fazem ressalvas e afirmam que os impactos nas outras minas também tem de ser considerado. O Ministério afirma ainda que continua monitorando a situação junto às autoridades locais e atuando com foco na redução do impacto à população. Não há informações sobre feridos; as áreas estão desocupadas.

Também participaram da análise dos dados o Serviço Geológico do Brasil e a Agência Nacional de Mineração. “As áreas adjacentes, das demais minas, seguem sem indícios de instabilidade. O evento ocorreu após um aumento na velocidade de subsidência do solo nas últimas 48 horas”, diz nota do ministério.

O desastre na capital alagoana foi causado pela exploração de sal-gema em jazidas no subsolo, ao longo de décadas, pela Braskem. O sal-gema é um tipo de sal usado na indústria química. Falhas graves no processo de mineração causaram instabilidade no solo. Ao menos três bairros da capital alagoana tiveram que ser completamente evacuados em 2020, por causa de tremores de terra que abalaram a estrutura dos imóveis. Nas últimas semanas, o risco iminente de colapso tem mobilizado autoridades, com afundamento do solo acumulado de mais de 2 metros.

(Foto: Reuters)

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