Iniciativa “Rotas para a Integração” prevê ao menos cinco redes de conexão no continente e 124 projetos em 11 estados fronteiriços.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na quinta-feira (7) o investimento de aproximadamente US$10 bilhões para melhoria da integração regional entre os países sul-americanos. O plano foi divulgado em meio a 63ª Cúpula do Mercosul, realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. A iniciativa, chamada de “Rotas para a Integração”, prevê ao menos cinco redes de conexão no continente, com o objetivo de desenvolver a infraestrutura, o comércio e as trocas estratégicas na região. O Brasil apresentou aos países vizinhos um plano com 124 projetos em 11 estados fronteiriços.
No evento, estiveram presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes da Bolívia, Luis Arce, e do Paraguai, Santiago Peña, líderes dos bancos de fomento, os ministros Mauro Vieira, das Relações Exteriores, Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, e Simone Tebet, do Planejamento. Até o momento, as rotas principais são Ilha das Guianas: no norte do Brasil com Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela; Manta-Manaus: norte do Brasil com Colômbia, Equador e Peru; Quadrante Rondon: Acre, Mato Grosso, Rondônia, Bolívia e Peru; Capricórnio: Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Argentina, Chile e Paraguai); e Porto-Alegre-Coquimbo: Rio Grande do Sul, Argentina, Chile e Uruguai
Em um continente repleto de barreiras geograficas, como a Cordilheira dos Andes ou a bacia hidrográfica da Amazônia, a integração da América Latina é um importante passo para abaixar os custos das importações e exportações na região. Serão quatro bancos de fomento a investir cerca de US$ 10 bilhões em projetos de integração da América do Sul. Participam da iniciativa o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).
Os recursos serão disponibilizados, em partes iguais, por três bancos de fomento do Mercosul: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Cada um deles vai implementar US$ 3 bilhões, ou, na conversão, aproximadamente R$15 bilhões.
O anúncio teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, entre outros integrantes do governo. Segundo Tebet, as rotas serão concluídas até 2026. “Muitas dessas obras já estão no PAC, ou seja, previstas no orçamento brasileiro. Isso tudo não é possível sem ‘plata’, sem dinheiro. Do lado do Brasil temos o PAC e o BNDES. Teremos como parceiros BID, CAF e Fonplata”, apontou.
(Foto: Ricardo Stuckert/PR)