Alvo de inquérito no MPF sobre papel da instituição na escravidão, o Banco do Brasil terá 15 dias úteis para se manifestar sobre o reconhecimento da sua participação no tráfico de pessoas escravizadas e na escravidão, bem como um pedido de desculpas.
Isto ficou definido na reunião entre Ministério Público Federal e representantes do Banco do Brasil nesta sexta-feira. No mesmo prazo, o banco deverá se manifestar sobre o interesse da construção de um plano de reparação.
A reunião foi para discutir o inquérito civil instaurado pelos procuradores para apurar as responsabilidades e a participação no banco na escravidão e no tráfico de pessoas negras no século 19.
Antes da reunião, o banco divulgou uma nota em que diz que o período escravista precisa ser analisado de modo completo, com a devida consideração do contexto histórico, social, econômico, jurídico e cultural do período em que se desdobrou a escravidão”. Os historiadores presentes no encontro criticaram a concepção do banco sobre o tema.
O banco deverá ainda apresentar medidas que pretendem implementar no curto prazo “em decorrência do eventual reconhecimento do seu papel na escravidão e no tráfico transatlântico, bem como manifestar-se sobre o financiamento de pesquisas sobre esse passado, além de medidas que pretende acelerar com vistas a racializar completamente a forma de pensar a sua própria estrutura”. (Foto: Reprodução)