Neste fim de semana, 22, milhares de argentinos foram às urnas para votar no 1º turno das eleições no país. Serão escolhidos candidatos para presidente, deputados, senadores e governadores. Em meio a disputa, que parece ser uma das mais acirradas, um detalhe chama atenção: encarte de papel e tesouras.
Diferente de outros países, na Argentina, as cédulas são encartes de papel dobráveis. Um documento que lembra a um folheto, onde tem a indicação do presidenciável e dos concorrentes que estão disputando outros cargos e que fazem parte de uma mesma aliança.
Neste momento, é onde entra a tesoura. Caso o eleitor queira votar em todos os candidatos de uma mesma aliança, basta dobrar a cédula escolhida, colocar num envelope e depositar na urna. Mas, caso não queira, é necessário recortar os nomes escolhidos de uma pilha diferente, colocar tudo no envelope e inserir na urna.
E não é cortar de qualquer jeito. À GloboNews, o colunista Ariel Palacios afirmou que, caso a forma não esteja bem-cortada, podem anular seu voto. “[Em seguida] Vai na outra pilha, pega [a outra cédula], corta na linha pontilhada. Isso se chama corte de boleta (a cédula eleitoral)”.
“Evidentemente, ao longo da história argentina, as pessoas não têm paciência para fazer isso [recordar cédulas]. Elas pegam aquele [único] papel e botam na urna. Mas, desta vez, a coisa está sendo diferente. Os analistas dizem que há uma tendência a um aumento de corte de boleta. E isso complica mais o esquema político do próximo governo”, afirma.
Sérgio Massa, candidato da coligação governista e ministro da Economia argentina, terminou o primeiro turno na frente, com 9,6 milhões de votos. Ele e Javier Milei devem disputar o 2º turno em 19 de novembro. (Foto: Reprodução/Clarín)