Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia verificaram os hábitos de tempo sentado e a saúde do cérebro, e encontraram fortes correlações. Entre os idosos, mais tempo gasto em comportamentos sedentários foi significativamente associado a uma maior incidência de demência
O comportamento sedentário vem sendo associado há tempos a doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e à mortalidade. Agora, um novo estudo, feito por pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul (EUA) e publicado essa semana na revista médica Jama Network, vai além, mostrando uma forte ligação entre o comportamento sedentário e a demência. De acordo com a pesquisa ficar muitas horas por dia sentado faz mal para saúde. A conclusão é de pessoas que ficam sentadas por mais de 10 horas por dia correm um risco maior de desenvolver demência futuramente do que as que ficam por um tempo menor.
O estudo contou com a participação de 49.841 pessoas — homens e mulheres — com 60 anos ou mais, do Reino Unido. Os cientistas avaliaram o tempo que eles ficaram sentados, entre o período de seis anos. Para isso, foi necessário uma análise baseada em aprendizado de máquina de dados de acelerômetros usados diretamente no pulso. Além disso, foi possível verificar o estado médico das pessoas durante os próximos sete anos. Para eles, se os homens e mulheres permanecem sentados durante 10 horas, o risco de desenvolverem demência nos próximos sete anos seria de 8% maior do que aqueles que ficam menos.
“Os riscos não são significativos até cerca de 10 horas por dia de sedentarismo. Mas aumentam substancialmente com períodos mais elevados de tempo sedentário”, afirmou David Raichlen, professor ciências biológicas e antropologia da USC e autor do estudo.
Aqueles que passam pelo menos 12 horas sentados, os riscos aumentam, atingindo um risco 63% maior de demência. “São nesses níveis extremos de comportamento sedentário que vemos um risco muito maior de declínio cognitivo e de memória”, acrescentou David Raichlen.
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