Javier Milei, candidato de extrema direita à Presidência da Argentina, chamou Lula de “comunista nervoso” e o acusou de realizar ações diretas contra a candidatura dele. O ataque de Milei foi publicado nas redes sociais nesta terça-feira (3), usando como base um artigo da colunista Vera Rosa veiculado no jornal O Estado de S. Paulo.
“A casta vermelha treme. Muitos comunistas nervosos e com ações diretas contra mim e meu espaço. A liberdade avança! Viva a liberdade, c******!”, escreveu Milei na rede social X, o antigo nome da plataforma Twitter.
A publicação acompanha um print da divulgação do texto do jornal, no qual a jornalista diz que o petista tentou influenciar a Corporação Andino de Fomento (CAF), também chamada de Banco de Desenvolvimento da América Latina, a emprestar US$ 1 bilhão à Argentina.
A iniciativa teria impacto positivo na atual gestão presidencial, do amigo de Lula, Alberto Fernández, e do candidato apoiado por ele, Sergio Massa, atual ministro da Economia da Argentina, diz o texto da colunista.
Isso porque, com a influência de Lula, os países-membro do CAF teriam aprovado o envio do recurso diretamente ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em nome da Argentina, garantindo um desembolso de US$ 7,5 bilhões ao país.
Tebet nega
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, negou interferência do presidente Lula na liberação do empréstimo.
“Lula não me ligou”, disse Tebet à CNN.
“Despachei com minha secretária de assuntos internacionais, que disse que os demais países votariam a favor”, completou.
A ministra acrescentou que também não tratou do assunto com o presidente presencialmente e que não consultou o titular da Fazenda, Fernando Haddad.
A secretária mencionada por Tebet é Renata Amaral, de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do ministério. Amaral decidiu o voto do Brasil em consultas com a área técnica do Itamaraty e da Presidência.
O jornal “O Estado de S. Paulo” revelou que Lula teria interferido para liberar um empréstimo da CAF à Argentina, o que facilitou a renegociação da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), favorecendo o candidato peronista Sergio Massa. Os argentinos vão às urnas no próximo dia 22.
Atualmente, a situação econômica da Argentina é complicada, com inflação de mais de três dígitos ao ano, o que vem protagonizando as discussões eleitorais. Além de falta de dólares e dívida bilionário com o FMI. ( Foto: Luis Robayo/Getty Images)