Ricardo Cappelli diz que enfrentamento ao crime organizado é ‘desafio nacional’
O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, que anunciou nesta sexta-feira (29) que o ministro da Justiça, Flávio Dino, lançará o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas na segunda-feira. Cappelli também afirmou que as ações previstas no Rio de Janeiro não terão pirotecnia. As declarações foram após encontro com o governador do Rio, Cláudio Castro, realizado na manhã desta sexta-feira.
A reunião teve o objetivo de tratar da segurança pública do estado. A decisão por uma integração das forças estaduais e federais foi tomada após a divulgação de uma investigação da Polícia Civil que revela o treinamento de traficantes no Complexo da Maré, na Zona Norte da capital fluminense. De acordo com o secretário, a determinação é apoiar o Governo do Estado do Rio naquilo que julgar necessário e adequado, em apoio harmônico e integrado.
“O poder público precisa estar mais unido porque esse é um problema não só do Rio de Janeiro. Aquelas imagens são inaceitáveis. Treinamento de guerrilha urbana à luz do dia, criminosos andando com fuzis .50 à luz do dia, isso não é aceitável em nenhum lugar do mundo. Vamos atuar com inteligência, com proporcionalidade, respeitando a APDF (635), sem nenhuma ação pirotécnica ou espetacular. Inteligência, mínimo de efeito colateral possível”, disse.
A ação ocorre em meio a onda de violência tanto no Rio de Janeiro quanto na Bahia neste mês. “Se o crime está cada vez mais organizado no país, o poder público precisa estar também cada vez mais integrado, organizado, nesse que é um problema não só no Rio de Janeiro, mas nacional. Na próxima segunda-feira o ministro Flávio Dino lança o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas. O governo federal vai atuar fortalecendo a presença nos portos, aeroportos e fronteiras”, declarou o secretário do MJSP.
Cappelli afirmou, ainda, que os governos devem “afinar os ponteiros ao longo dos próximos dias” e que a ação deve ocorrer de “forma cirúrgica, com o mínimo de efeito colateral possível”, sem “gerar espetáculo”. O mais importante é atuar com inteligência, de forma cirúrgica, com o mínimo de efeito colateral possível. Trabalho que não é para gerar espetáculo”, concluiu.
Onda de violência
Cappelli participou de reunião no Rio com o governador Cláudio Castro (PL) para tratar, justamente, sobre maneiras de enfrentar o crime organizado. No último domingo (24/9), uma reportagem no Fantástico mostrou vídeos de homens fortemente armados na favela da Maré, no Rio de Janeiro. As imagens são fruto de uma investigação de dois anos que gerou mais de mil pedidos de prisão de traficantes. O governo do RJ deseja apoio federal para conseguir controlar a situação.
Já na Bahia, dois policiais militares foram mortos em troca de tiros com criminosos fortemente armados, na madrugada desta sexta-feira (29). Neste mês, o estado registrou, até o momento, 63 mortes durante confrontos com a polícia. Nas operações, morreram dois policiais militares e um policial federal, o agente Lucas Caribé.
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)