O ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL), general Walter Souza Braga Netto, teve o sigilo telefônico quebrado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Perfídia, deflagrada nesta terça-feira (12), que investiga possível esquema de corrupção na compra de coletes balísticos durante a intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018.
A força-tarefa tem como plano de fundo o contrato de compra no valor de R$ 40 milhões, feito sem licitação, a partir do possível conluio entre a empresa norte-americana CTU Security LLC e servidores públicos federais. A suspeita de crime foi informada ao Brasil pelas autoridades americanas.
Com isso, documentos apresentados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a empresa teria tido conhecimento prévio da intenção de compra dos 9.360 coletes balísticos pelo gabinete de intervenção e estimou um valor total global do potencial sobrepreço de R$ 4,64 milhões.
O pagamento foi feito no dia 23 de janeiro de 2019, mas acabou sendo estornado em setembro daquele ano, depois de suspensão do contrato pelo TCU.
O contrato de compra foi assinado pelo então ordenador de despesas Francisco de Assis Fernandes e ratificado por Braga Netto, que era interventor no Estado à época.
A força-tarefa ainda investiga o envolvimento de duas empresas brasileiras que atuam no comércio de proteção balística e que formam um cartel desse mercado no Brasil, com contratos públicos milionários.
A investigação apura os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa.
Ao todo, são cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, sendo 10 deles no Rio de Janeiro, três em São Paulo, dois no Distrito Federal e 1 em Minas Gerais. (Foto: Agência Brasil)
Com informações da Agência Brasil