Em um dos diversos discursos realizados na Cúpula do G20 na Índia, durante a “Sessão 2 – Uma Família”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou preocupação com a falta de união entre os países no combate à desigualdade social.
Em uma das falas, ele diz que o “mundo normalizou o inaceitável”.
De acordo com Lula, “a crença de que o crescimento econômico, por si só, reduziria as disparidades se provou falsa. Os recursos não chegaram às mãos dos mais vulneráveis”.
A indiferença do mercado em relação à discriminação contra mulheres, minorias raciais, LGBTQI+ e pessoas com deficiência também foram levantadas e o presidente enfatizou que a desigualdade é fruto de uma construção social e que combatê-la é uma escolha que deve ser feita diariamente.
Junto aos demais líderes, Lula apresentou o plano “Brasil sem Fome” para combater a pobreza e a insegurança alimentar. Ele enfatizou que garantir oportunidades iguais para todos significa assegurar acesso a serviços básicos de qualidade e formular políticas públicas.
‘A desigualdade não para de crescer’
“Apesar de todos os esforços, nossa família está cada vez mais desunida. O que nos divide tem nome: é a desigualdade, e ela não para de crescer”, diz o petista. “Colocar os pobres no orçamento público” e “fazer os mais ricos pagarem impostos proporcionais aos seus patrimônios” é uma das propostas apresentadas.
Ainda segundo o presidente, há um “fosso digital” entre as nações e que as tecnologias devem ser compartilhadas para diminuir essa diferença. “As assimetrias se perpetuaram por novas formas de dependência econômica e financeira, regras e instituições injustas, compromissos não cumpridos”, afirmou.
Durante o período em que o Brasil ocupar a presidência do G20, o governo prometeu o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome. “Esperamos contar com o apoio e o engajamento de todos vocês”, disse Lula. “Para construirmos um mundo cada vez menos desigual e mais fraterno. E nos reconhecermos, de fato, como uma grande família. Que não deixa ninguém para trás”. (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República)