Os critérios para a realização do transplante de coração passam pela gravidade do caso, compatibilidade do órgão e tipo sanguíneo do doador
Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, 72 pessoas (27,5%) receberam transplante de coração em menos de 30 dias de espera nos oito primeiros meses deste ano. O apresentador Faustão, que recebeu o órgão no domingo (27), se encaixa nesse índice. Internado desde 5 de agosto, ele entrou na lista de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) no dia 8 de agosto e aguardou pelo procedimento por 20 dias. Segundo o Hospital Albert Einstein, a cirurgia aconteceu no início da tarde e durou cerca de 2h30.
Ainda no domingo, o Ministério da Saúde informou que de janeiro a agosto, foram realizados 262 transplantes de coração. Na última semana foram 13 procedimentos, sendo sete no estado de São Paulo. Ainda segundo a pasta, Faustão foi priorizado na fila de espera em razão de seu estado de saúde. O apresentador, que trata um quadro de insuficiência cardíaca, era o segundo na lista de espera. O apresentador recebeu o órgão após a recusa pela equipe médica do primeiro paciente.
“Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica”, explica o Ministério da Saúde.
Os critérios para a realização do transplante de coração passam pela gravidade do caso, compatibilidade do órgão e tipo sanguíneo do doador. Entre os aspectos técnicos a serem considerados para o procedimento, também estão as compatibilidades de peso, altura e genética. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem o maior sistema público de transplantes de órgãos no mundo. “A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, que assegura que cirurgias de alta complexidade sejam realizadas para pacientes da rede pública e privada, em situação de igualdade. Os pacientes, por meio do SUS, recebem assistência integral, equânime, universal e gratuita”, pontua a pasta.
No primeiro semestre de 2023, foram realizados 262 transplantes de coração no país, número 16% maior se comparado com o mesmo período do ano passado. Atualmente, 386 pacientes aguardam um transplante de coração no Brasil.
“A doação de órgãos é um processo complexo, que envolve diferentes instituições e requer agilidade para ser bem-sucedido. Cada órgão tem um período máximo de permanência fora do corpo humano, ao longo do qual o transplante é viável, o chamado de tempo de isquemia. Para o coração, o tempo de isquemia é de apenas 4 horas, o que torna o transplante do órgão ainda mais complexo”, ressalta o Ministério da Saúde.
Dados de tempo de espera
De 30 a 90 dias – 65 pessoas (24,8%)
De 3 a 6 meses – 39 pessoas (14,9%)
De 6 meses a 1 ano – 48 pessoas (18,3%)
Mais de 1 ano – 38 pessoas (14,5%)
(Foto: Reprodução)