“Mauro Cid, como assessor, segue ordens, cumpre ordens do chefe. Cid não tinha como se desvincular. Ele assessorava o presidente numa variedade de situações, além inclusive da função oficial. Quer dizer, ele servia para tudo”.
Declaração acima é de Cezar Roberto Bitencourt, 69 anos, advogado do tenente-coronel Mauro Cid, em entrevista à CNN, na manhã desta quarta-feira, 16.
Ao afirmar que Cid “cumpria ordens”, evidente que ele se refere à determinações que o ex-presidente Jair Bolsonaro transmitia ao seu auxiliar direto.
Ao ser questionado pela emissora de TV a respeito da possibilidade de Cid fechar acordo de delação premiada, o advogado disse que a ideia não está no radar e chamou o mecanismo de “aberração”.
“Não está no meu radar nem no do Mauro [Cid] fazer delação. Agora, se for recomendável, guerra é guerra, iremos conversar.”
Cid está preso no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília desde o dia 3 de maio. Ele também é alvo de inquérito que apura falsificação de cartões de vacina.
Investigação da Polícia Federal (PF) aponta que Cid levou para os Estados Unidos presentes recebidos pelo governo brasileiro com a intenção de vendê-los. Ele teria transportado objetos no mesmo avião presidencial que Bolsonaro viajou para Orlando, em 30 de dezembro do ano passado.
Bitencourt reiterou acreditar na inocência de Cid e afirmou que o ex-ajudante de ordens está sendo injustiçado.
“Mauro Cid é inocente. Absoluta certeza que o Mauro é inocente. O Mauro é uma vítima das circunstâncias. Nós achamos que ele está sendo injustiçado pelo próprio Supremo Tribunal Federal (STF).”
Bitencourt acrescentou ainda ser preciso descobrir a cadeia de comando a qual Cid era submetido.
“Eu não sei se o Bolsonaro não tinha, por exemplo, um vice-presidente, um secretário, um ministro lá que dava essas ordens. Temos que verificar de quem eram essas ordens que eram dadas para o Mauro Cid”, completou o advogado. (Foto Reprodução)