O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou as medidas econômicas do governo federal e anunciou o Plano de Transformação Ecológica, em seu discurso no lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nesta manhã, no Rio de Janeiro (RJ).
Segundo Haddad, o plano foi elaborado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, com apoio do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin e equipes técnicas.
“Hoje, sabemos que os países e regiões mais pobres do mundo são os que mais sofrerão com as mudanças climáticas, se algo não for feito para impedir a destruição do meio ambiente. É sobretudo por essas pessoas mais vulneráveis que precisamos fazer uma transformação ecológica. Em conjunto com o PAC, as medidas do Plano de Transformação Ecológica darão respostas a esses dilemas. Vamos acelerar o crescimento do nosso país e ajudar a frear a degradação do nosso planeta. E faremos isso distribuindo renda, produzindo conhecimento e gerando empregos de qualidade”, prometeu Haddad.
Entre as principais medidas do Plano de Transformação Ecológica estão a criação de um mercado regulado de carbono, a emissão de títulos soberanos sustentáveis, a criação de uma taxonomia sustentável nacional e a reformulação do Fundo Clima para financiar atividades que envolvem inovação tecnológica e sustentabilidade, como a Economia Circular e Bioeconomia. “A Economia Circular, por exemplo, reduz a necessidade de exploração de recursos naturais, de descarte de resíduos e a emissão de poluentes.”
Já Bioeconomia envolve produção de vacinas, de fármacos, novas variedades vegetais, biocombustíveis, cosméticos, entre outros produtos sustentáveis, que, segundo o ministro, têm potencial para agregar ao país cerca de US$ 53 bilhões anuais nos próximos 20 anos – e em torno de 217 mil novos postos de trabalho qualificados, citando estudos da Associação Brasileira de Bioinovação.
“A agricultura de baixo carbono, tendência mundial de modernidade no campo e cuidado com meio ambiente, já é uma realidade no Brasil. Vanguarda nas boas práticas. E agora receberá um novo impulso, com crédito, pesquisa e assistência técnica. É assim que vamos gerar cada vez mais renda no campo, preservando o meio ambiente.”
Ele também citou a “Infraestrutura Verde”, que engloba “soluções sustentáveis para reduzir os impactos da mudança climática, a exemplo da necessária melhora da drenagem urbana, com jardins de chuva e pavimentos porosos, e a proteção de encostas. São obras que protegem a vida humana contra fenômenos climáticos extremos, como deslizamentos de terra e alagamentos – que infelizmente tendem a se tornar mais frequentes por conta do histórico de emissão de gases de efeito estufa.”
Segundo o ministro, o Plano de Transformação Ecológica vai muito além da transição energética, da substituição dos combustíveis fósseis pela energia renovável.
“Trata-se da criação de uma nova conduta e postura em relação à Ecologia, que contará com a proposição de novas leis e regulamentos que abram caminho para novos investimentos e que orientem governos, estados, municípios, empresas, sociedade civil, cidadãs e cidadãos para um novo tipo de interação com a natureza e com a vida de todo o planeta”, disse o ministro. (Foto: Sérgio Lima)