Em ligação para a PF, Arthur Lira reclama de operação contra aliados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), procurou diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, para reclamar do que chama de “vazamento” de investigações contra pessoas ligadas ao parlamentar.

A informação foi divulgada pela jornalista Mônica Bergamo, da “Folha de S.Paulo”.

A queixa ocorreu após um ex-assessor de Lira (e do pai do presidente da Câmara), Luciano Ferreira Cavalcante, ser alvo, na semana passada, de uma operação da Polícia Federal que investiga desvios na compra de kits de robótica para cidades de Alagoas, estado do parlamentar.

Além de Cavalcante, que nega envolvimento com irregularidades e foi exonerado após a operação, a PF investiga o empresário Edmundo Catunda, é pai do vereador de Maceió João Catunda (PP), correligionário e aliado de Lira no estado.

Agentes da PF disseram a Lira que não tinham divulgado nenhum dado a jornalistas, e que não tinha controle da circulação das informações, já que outras pessoas – do Ministério Público Federal, da Controladoria-Geral da União e os advogados dos envolvidos – têm acesso a elas.

A defesa de Luciano Ferreira Cavalcante afirmou à TV Globo que ele não tem ligação com os desvios investigado pela PF.

Após o anúncio da Operação, Ferreira Cavalcante foi exonerado do cargo de secretário particular no gabinete da liderança do PP na Câmara dos Deputados.

 

Lira promete reagir

Na manhã desta terça-feira, 6, o colunista do UOL Tales Faria informou  que Arthur Lira (PP-AL) está irritado com as investigações da Polícia Federal sobre desvios em contratos de kits de robótica.

O presidente da Câmara, segundo o jornalista, disse a aliados que deve reagir caso o governo não interfira no caso.

O cerco a Lira se apertou.

Ele está muito irritado e, reservadamente, tem dito aos aliados que está sendo alvo de um ataque especulativo do governo.

Lira já reclamou com o presidente da República e com o diretor da PF. Publicamente, ele diz que não se sentiu atacado com a revelação de envolvimento de seu assessor no caso dos kits de robótica.

Tales revelou que Lira pretende reagir ao que considera um “ataque do governo”. O colunista contou que Lula já se articula para evitar um conflito com o presidente da Câmara e encontrar um meio-termo. Com uma base frágil no Congresso, o presidente teme que o caso o enfraqueça ainda mais.

Conforme falou aos aliados, Lira disse que ‘não é homem de passar recibo’, mas insiste: se Lula não estancar esse ataque, ele vai se ver obrigado a reagir. Aí precisaremos ter cuidado com o que vai no Congresso. O Lula está tentando administrar isso. Lira ainda tem um ano e meio no comando da Câmara e o Lula não quer briga com ele. Lira está cada vez mais irritado porque o cerco está montado.

Na imagem, ao lado de Lira -, Luciano Ferreira Cavalcante, ex-assessor de Arthur Lira (PP), foi um dos alvos na Operação Hefesto   (Foto: Reprodução/Instagram)

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