PIB do Brasil cresce 1,9% no primeiro trimestre do governo Lula

Resultado ficou acima da mediana das projeções de analistas, que esperavam alta de 1,3%

 

A economia brasileira cresceu 1,9% no primeiro trimestre de 2023, na comparação com o quarto trimestre de 2022, na série com ajuste sazonal na margem, somando R$ 2,6 trilhões. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e foram divulgados nesta quinta-feira (1). Trata-se do primeiro resultado do indicador no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Frente ao mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu 4%. No acumulado dos quatro últimos trimestres, o PIB subiu 3,3% ante os quatro trimestres imediatamente anteriores. Os dados surpreenderam as expectativas dos analistas do mercado, puxado pela agricultura que responde por 8% do PIB e registrou avanço de 21,6%, mais do que o dobro do esperado pelos mais otimistas. As estimativas dos especialistas variaram entre 1,1% e 1,4%, na margem,  e  em torno de 3%, na comparação com o mesmo trimestre de 2022.

Além do estímulo do campo, o período de janeiro a março também contou com a volta do Bolsa Família. O programa social substituiu o Auxílio Brasil, abrindo a possibilidade de pagamentos adicionais. Nas últimas semanas, consultorias, bancos e outros operadores do mercado financeiro revisaram para cima as projeções para o PIB do primeiro trimestre. Parte dos analistas ainda percebeu estímulos ao consumo vindos do mercado de trabalho, da trégua da inflação e dos resquícios da saída da pandemia, o que beneficiou a prestação de serviços presenciais.

A indústria registrou queda de 0,1% e serviços, que tem maior peso no PIB, avançou 0,6%, na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Investimentos encolheram 3,4%. O consumo das famílias cresceu 0,2% e o consumo do governo teve alta de 0,3%, na mesma base de comparação. Para o PIB do ano, a mediana das estimativas do mercado coletadas no boletim semanal Focus, Banco Central, está em 1,26%. A nova previsão da equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é de um crescimento de 1,9% em 2023.

Juros

O cenário, contudo, não afastou as projeções de desaceleração da atividade econômica ao longo deste ano. Um dos fatores por trás dessa avaliação é o nível dos juros no Brasil. Além disso, o efeito da agropecuária tende a ficar mais concentrado no início do ano. O Banco Central (BC) vem mantendo a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano em uma tentativa de conter os preços e ancorar as expectativas para a inflação.

O efeito colateral esperado é a perda de ritmo da atividade econômica, já que o crédito fica mais caro para empresas e consumidores. A perspectiva de desaceleração do PIB preocupa Lula e aliados. Ao longo dos últimos meses, o presidente fez uma série de críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, em razão do patamar dos juros.

(Foto: divulgação)

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