Deputados petistas aproveitam espaço para fazer vitrine para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na primeira sessão após definição do presidente e relator — Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente — da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST.
Salles recebeu e tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico produzida por integrantes do movimento antes do início da atividade por Camila Jara (PT-MS), que transformou a bancada onde está sentada num espaço para expor outros alimentos produzidos.
Marcon (PT-RS), distribuiu para parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro um saco de arroz também da MST.
“Até Salles não pôde negar que é delicioso”, escreveu Jara no Twitter.
O clima novamente foi de trocas de ataques entre defensores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e bolsonaristas.
Delegado Éder Mauro (PL-PA) fez novamente um discurso com gritos, chamando integrantes do MST de “marginais” e “bandidos”, retrucado por Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que afirmou que “marginal é quem defende torturador”.
“Eu não admito isso. Eu não sou marginal”, disse Valmir Assunção (PT-BA), que começou a bater na mesa em protesto.
Governistas criticaram a nomenclatura e o plano de trabalho apresentados por Salles. No texto, aparece que o objeto de investigação é destinado “à invasão de propriedade, depredação de patrimônio público e privado e crimes correlatos”. “Vamos ter uma CPI sem objeto”, disse a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em entrevista para a BandNews que a CPI teria um objeto de investigação mais amplo, para além do MST.
A comissão parlamentar também será espaço para o próprio Salles, que pretende lançar candidatura à prefeitura de São Paulo e ser o nome apoiado por Bolsonaro na capital paulista. (Foto: CPI do MST / Reprodução)