O que devia ser uma profissão para uns e diversão para quem assiste, tornou-se cenário de tristeza. Vinícius Júnior sofreu mais um ato de racismo na Espanha, na tarde deste domingo, 21, contra o Valencia.
Por um longo tempo, o jogador foi chamado de macaco pelos torcedores no Estádio Mestella e até pediu para sair de campo.
Após a partida, o jogador foi para o vestiário e não atendeu aos jornalistas. Nas redes sociais, Vinícius desabafou sobre o episódio deixando um recado aos espanhóis, afirmando como a Espanha é vista no Brasil e o que se tornou o Campeonato Espanhol.
– Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui, escreveu Vini.
Racismo recorrente
Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação…— Vini Jr. (@vinijr) May 21, 2023
Em outra rede social, o jogador postou uma frase citando a própria expulsão e ironizou o slogan da La Liga, entidade organizadora do Campeonato Espanhol.(Foto: Reprodução/Instagram)
Atrás do placar, o Real Madrid buscava empate, até que no segundo tempo, aos 27 minutos, o brasileiro sofreu racismo e, irritado, discutiu com os torcedores. Ao identificar, o camisa 20 denunciou ao árbitro Ricardo De Burgos Bengoetxea, que nada fez. A partida ficou paralisada por um longo tempo, então os torcedores, em coro, em alto e bom som, passaram a proclamar insultos como ‘macaco’ ao torcedor.
A revolta por parte de jogadores e comissão técnica foi grande. O locutor do estádio pediu para que torcedores parassem de insultar o racismo para que a partida pudesse ser reiniciada.
Flávio Dino e Lula reagem a ataques
Em suas redes sociais,o ministro da Justiça Flávio Dino reagiu contra os atos e solidarizou-secom Vini.
– Minha solidariedade ao jogador brasileiro Vinicius Júnior, mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Isso é deplorável, inaceitável e deve ter consequências – postou Flavio Dino, no Twitter.
O mesmo fez o presidente Lula, solidarizando-se com o ex-jogador do Flamengo, agora no Real Madrid.
Escreveu o presidente da República em suas redes sociais:
– Quero começar a entrevista com um gestor de solidariedade a um jogador brasileiro, jovem, negro, que joga no Real Madrid. Que no jogo no estádio do Valencia foi fortemente atacado, sendo chamado de macaco. Não é possível que quase no meio do século XXI tenhamos preconceito racial ganhando força em estádio de futebol na Europa. Não é justo que um menino pobre, que venceu na vida, que está se transformando em um dos melhores jogadores do mundo, certamente é o melhor do Real Madrid, é ofendido em cada estádio que ele comparece. É importante que a Fifa, a Liga Espanhola, tomem providências, não podemos permitir o fascismo, o racismo, dentro de um estádio de futebol – disse. (Foto: Lance)