Marcelo Malucelli tem relações com a família do senador Sergio Moro e responde a processo sobre descumprimento de decisão do STF no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), se declarou suspeito para analisar recursos de investigados em 2ª instância
O desembargador federal Marcelo Malucelli, que restabeleceu a prisão do advogado Rodrigo Tacla Duran, pediu afastamento da relatoria dos processos da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Alvo de um processo aberto pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devido a sua relação com a família do ex-juiz da força-tarefa e agora senador Sergio Moro (União-PR), ele teve a conduta questionada.
Malucelli entregou o pedido nessa quinta-feira (20). O processo do CNJ começou depois de um pedido de prisão contra Tacla Duran, que acusou Moro de extorsão e o ex-procurador e deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) de perseguição na Lava-Jato.
A movimentação levantou a suspeita por parte do desembargador, pois, segundo o colunista do O Globo Lauro Jardim, o juiz é pai de João Eduardo Barreto Malucelli, sócio do escritório de advocacia de Sergio Moro e da esposa do parlamentar, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP).
Em suas redes sociais, Tacla Duran detalhou a relação do desembargador, citando-o como sogro da filha de Sergio Moro. “Além de sócio do casal Moro, João Malucelli também é genro deles. Ele tem um relacionamento com Julia Wolf, filha mais velha de Rosângela e Moro”, escreveu.
Suspeição
“Assentadas tais premissas, ante a ocorrência de circunstâncias posteriores à data em que assumi os processos oriundos da presente operação (em trâmite junto ao Juízo Federal da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR) e que se relacionam com a integridade física e moral de membros da minha família, declaro minha suspeição superveniente, por motivo de foro íntimo, para atuar neste e em todos os demais processos relacionados por prevenção, a partir desta datal”, aponta trecho do documento entregue por Malucelli à Justiça.
A assessoria de Moro informou que ele e a deputada Rosângela Moro estão afastados das atividades do escritório desde o início do mandato parlamentar (em fevereiro), permanecendo no quadro social somente como associados. (Foto: Reprodução)