O ministro da Justiça apontou como causa de tragédias a existência de grupos nazistas e neonazistas e o incentivos ao armamentismo e à ideologia da morte
O ministro da Justiça, Flávio Dino, informou, na madrugada desta quinta-feira (6), que ordenou que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito para investigar grupos nazistas e neonazistas no Brasil. De acordo com ele, há fortes indícios de que os grupos extremistas estão fazendo ações coordenadas em diferentes estados do País. “Sobre ataques em escolas, as medidas cabíveis, no âmbito do Ministério da Justiça, estão em andamento”, acrescentou.
Flávio Dino afirmou, ainda, haver possível enquadramento na lei que define como crime fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. “Assinei agora determinação à Polícia Federal para que instaure Inquérito Policial sobre organismos nazistas e/ou neonazistas no Brasil, já que há indícios de atuação interestadual. Há possível configuração de crimes previstos na Lei 7.716/89”, informou no Twitter durante a madrugada.
Um dia após o ataque em uma creche em Blumenau (SC), que deixou quatro crianças mortas com golpes de uma machadinha, o ministro também classificou “agrupamento nazistas e neonazistas” como causa “visível” ao aumento de tragédias no País. “O acervo de causas que leva à ampliação de tragédias está bem visível: proliferação de ódio na sociedade, inclusive por uma internet desregulada e com empresas irresponsáveis; incentivos ao armamentismo e à ideologia da morte; agrupamentos nazistas e neonazistas”, acrescentou.
Vale lembrar que no último domingo (2), o “Fantástico” da TV Globo revelou a descoberta da existência de um grupo neonazista em Santa Catarina, com ligações com organizações extremistas internacionais. Um inquérito da Polícia Civil do estado mostrou que esse grupo já tinha um plano para implantar no Brasil uma célula radical de supremacia branca.
Ao todo, dez homens já foram presos. “De fato, encontramos um grupo de indivíduos adeptos e integrantes de uma organização skinhead neonazista transnacional. Localizamos toda a vestimenta utilizada por eles, toda a indumentária que identifica eles como um grupo neonazista”, disse o delegado Arthur de Oliveira Lopes. (Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)