O primeiro dia de visita ao Brasil do ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, superou as expectativas, segundo comunicado da embaixada do país ao comentar a audiência do visitante com a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMAMC), Marina Silva.
Os dois se reuniram nesta quarta-feira, 22, e assinaram declaração conjunta, assumindo compromisso de apoio da Noruega para cooperar, sobretudo com a mobilização de recursos adicionais para o Fundo Amazônia.
“O Fundo Amazônia foi uma invenção brasileira, um modelo que nós gostamos muito e que foi desenvolvido durante o governo anterior do Lula e nós gostaríamos de continuar neste projeto”, chancelou o ministro norueguês.
Foi confirmada a execução dos 14 projetos do fundo que já estavam autorizados a iniciar.
“Quando se fala em dar celeridade aos projetos é o interesse do governo e dos doadores. O fundo ficou parado durante 4 anos, nós temos 14 projetos foi deliberado no COFA”, afirmou a ministra.
Eles são voltados para as áreas de bioeconomia, segurança alimentar, combate à fome, proteção dos povos indígenas e continuar o processo de desintrusão de territórios indígenas e principalmente ao combate ao desmatamento.
O Brasil liderava o ranking mundial de perda de florestas de 2021, com 1,5 milhão de hectares de florestas tropicais primárias a menos (40%).
A preocupação do ministro norueguês é que se atinja a meta de limitar o aumento da temperatura até 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
Com a mudança de postura do governo brasileiro em relação ao meio ambiente, o país voltou a ser uma liderança no assunto, por isso o país está disposto a colaborar mais.
“Ficamos felizes em saber que a Marina Silva seria ministra e queria descongelar o fundo”, completou Espen.
O fundo possui um total de mais de R$ 3 bilhões de captação por doação por ter atingido, no passado, um nível de diminuição do desmatamento de 75%. O valor, no entanto, ficou congelado no Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), por decisão dos países doadores. “Em 2019, o governo passado tornou impossível a nossa continuidade”, alegou o ministro. (Foto: Cristiano Mariz/O GLOBO)