O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está seguindo uma nova dieta após ser diagnosticado com uma intolerância à lactose circunstancial.
Por causa das restrições alimentares, o mandatário teve que cortar uma série de alimentos derivados do leite e açúcar.
De acordo com a publicação, as mudanças nos hábitos alimentares já podem ser percebidas no cardápio que será oferecido ao presidente na próxima quinta-feira,23, quando Lula irá à cúpula da Marinha em Itaguaí, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, para visitar as instalações do Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos).
No almoço, serão servidos como pratos principais carne e peixe, a pedido do presidente. Apesar das novas restrições, Lula sugeriu pudim e sorvete para sobremesa.
Durante a nova dieta, o presidente também decidiu cortar as bebidas alcoólicas. Lula, no entanto, indicou 2 cachaças para o cardápio: Ypióca 160 anos e Pitú Vitoriosa. As garrafas de 700 ml em média custam entre R$ 99 e R$ 470.
No final do ano passado, o presidente passou por uma laringoscopia para retirar uma lesão benigna da garganta, chamada leucoplasia. Desde então, Lula foi aconselhado a cuidar mais da saúde.
Os principais sintomas da intolerância à lactose são: diarreia; dor abdominal, distensão abdominal, cólica, gases, náuseas
Os sintomas podem levar de alguns minutos até muitas horas para aparecer.
A intolerância à lactose não é uma doença, mas uma carência do organismo que pode ser controlada com dieta e medicamentos, segundo o Ministério da Saúde. Pode-se fazer o uso de cápsulas de lactase para ajudar na digestão.
No entanto, o ideal é mudar os hábitos alimentares, evitando o consumo de leite de vaca e seus derivados (queijos, iogurtes, requeijão). Recomenda-se também evitar o consumo de açúcar e bebidas alcoólicas, pois estas substâncias favorecem a inflamação do intestino, prejudicando a digestão da lactose.
O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue e análise dos sintomas do paciente. O tratamento ajuda a evitar o surgimento dos sintomas, que apesar de não serem graves, são desconfortáveis.
Intolerância x alergia
A intolerância à lactose afeta 70% da população mundial em algum grau, aponta um levantamento do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH).
Um estudo brasileiro conduzido pelo Departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná descobriu que uma variação genética presente em populações negras aumenta a propensão desse grupo de pessoas a desenvolver uma intolerância à lactose. O trabalho foi publicado na revista científica Frontiers in Genetics.
Os pesquisadores avaliaram em 25 populações de 12 países latino-americanos, com ênfase em negros e quilombolas, a presença do alelo (parte do gene que dá as coordenadas) responsável pela persistência da lactase — enzima essencial para a digestão do leite e derivados.
A ausência dessa enzima, que já é alta entre os povos latino-americanos, se mostrou ainda mais sensível nas populações negras e quilombolas, segundo o estudo.
Não se deve confundir intolerância com alergia à lactose. Segundo o Ministério da Saúde, a alergia é uma reação imunológica adversa às proteínas do leite, que se manifesta após a ingestão de uma porção, por menor que seja, de leite ou derivados. A mais comum é a alergia ao leite de vaca, que pode provocar alterações no intestino, na pele e no sistema respiratório (tosse e bronquite, por exemplo).
(Foto: Ricardo Stuckert / Divulgação)