O professor, jurista e filósofo Silvio Almeida assumiu o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania com um discurso contundente em defesa da igualdade em toda a sua diversidade e contra a violência do Estado.
O novo ministro disse que “todo ato ilegal baseado no ódio e no preconceito” será revisto por ele e pelo presidente Lula. Ele foi antecedido no cargo por Damares Alves, que comandava o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
“Não permitiremos que o ministério criado para promover políticas de direitos humanos permaneça sendo utilizado para produção de mentiras e preconceitos”, declarou.
Silvio afirmou que está recebendo um “ministério arrasado”, fruto de um “projeto de destruição nacional” e que o tema dos direitos humanos será tratado de foram transversal pelo governo e não ficará restrito à sua pasta.
“Conselhos de participação foram reduzidos ou encerrados, muitas vozes da sociedade foram caladas, políticas foram descontinuadas e o orçamento voltado para os direitos humanos foi drasticamente reduzido. Como crueldade derradeira, a gestão que se encerra tentou extinguir – sem sucesso – a Comissão de Mortos e Desaparecidos. Não conseguiu!”, discursou. “Chegamos ao cúmulo de ter a Ouvidoria de Direitos Humanos sendo usada para propagar discurso contra a política de vacinação. Não mais”, acrescentou.
No momento de maior entusiasmo da plateia, Silvio exaltou a importância que dará a segmentos tradicionalmente esquecidos pelo Estado brasileiro.
“Trabalhadores, vocês existem e são valiosos para nós. Mulheres do Brasil, vocês existem e são valiosas para nós. Homens e mulheres pretos e pretas do Brasil, vocês existem e são pessoas valiosas para nós. Povos indígenas deste país, vocês existem e são valiosos para nós. Pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, intersexuais e não binárias, vocês existem e são valiosas para nós. Pessoas em situação de rua, vocês existem e são valiosas pra nós. Pessoas com deficiência, pessoas idosas, anistiados, filhos de anistiados, vítimas de violência, da fome e da moradia, pessoas que sofrem com a falta de saúde, com a falta de transporte, empregadas domésticas, todos que têm seus direitos violados, vocês existem e são valiosos para nós”, discursou Silvio Almeida, em meio a aplausos e gritos dos convidados.
“Quero ser ministro de um país que põe a vida e a dignidade em primeiro lugar”, arrematou.
Na foto, Silvio Almeida falando a segmentos geralmente esquecidos pelo Estado brasileiro ( José Cruz/Agência Brasil)