Ao desestimular uso das máscaras, Bolsonaro cometeu incitação ao crime -, diz PF

Ao fazer campanha estimulando a não utilização de máscaras com a divulgação de informações falsas sobre a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro teria cometido crime.

Conclusão é de inquérito da Polícia Federal aberto após uma live em que Bolsonaro associou falsamente a aplicação da vacina contra a doença ao desenvolvimento do vírus HIV.

Ao divulgação o resultado, hoje, 28, da investigação, a PF destaca ainda que Bolsonaro não quis prestar depoimento sobre as acusações abertas a pedido da CPI da covid.

O relatório final foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A informação é do jornal O Globo.

Na transmissão realizada em outubro do ano passado, o presidente afirmou que um estudo sugeria que pessoas vacinadas estavam “desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto”.

O presidente não entrou em detalhes.

Segundo o relatório assinado pela delegada Lorena Lima Nascimento, Bolsonaro cometeu incitação ao crime e a contravenção penal de “provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto”.

O relatório também cita Mauro Cesar Barbosa Cid, responsável por ajudar na produção do material divulgado na transmissão.

A PF destaca que Bolsonaro foi intimado a depor por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), mas que optou por “utilizar de seu direito constitucional ao silêncio”.

“Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias estipulado para que o Presidente da República se utilizasse de sua prerrogativa disposta no art. 221 do CPP quanto à indicação de data, hora e local para fins de tomada de suas declarações, o mesmo transcorreu in albis, concluindo-se, por conseguinte, que o intimado optou por se utilizar de seu direito constitucional ao silêncio”, destacou o relatório.

Prestes a deixar o cargo de presidente no próximo domingo (1º), Bolsonaro perderá o foro privilegiado. O caso deverá ser enviado para conclusão na primeira instância da Justiça. (Foto: PF/Divulgação)

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