O papa Francisco permanece hospitalizado e passou a noite de forma serena e descansando, de acordo com um anúncio do Vaticano na manhã deste domingo (23).
No último sábado (22), o Vaticano revelou pela primeira vez, desde a internação, que a condição de saúde do papa é considerada “crítica”. Ele teve que receber oxigênio adicional e transfusões de sangue devido a uma crise respiratória prolongada, que se assemelha à asma. Além disso, os testes indicaram a presença de plaquetopenia.
O papa recebeu o diagnóstico de pneumonia em ambos os pulmões e está recebendo tratamento médico no hospital Gemelli, em Roma, desde 14 de fevereiro.
Situação grave
Com a deterioração da saúde do papa Francisco, a atmosfera em Roma é de preocupação. A informação sobre a gravidade de sua condição surge justamente quando centenas de peregrinos estão chegando à cidade para as festividades do Jubileu católico de 2025, que ocorre a cada 25 anos.
As manifestações de apoio se tornam mais frequentes. Com a falta do principal líder da igreja católica durante o Jubileu, as expressões de solidariedade aumentam na praça São Pedro.
No Vaticano, há uma grande quantidade de repórteres nacionais e internacionais que monitoram constantemente a situação do papa.
Francisco se encontra hospitalizado no décimo andar do Gemelli. Este hospital universitário, reconhecido como um dos principais na Itália, possui uma capela onde o papa pode orar e participar da eucaristia.
Em ritmo de Conclave
Dois possíveis sucessores foram mencionados por jornalistas especializados na cobertura do Vaticano. Os nomes surgiram logo no primeiro dia de hospitalização.
Um dos mencionados é o cardeal Pierbattista Pizzaballa, de 59 anos. A indicação foi feita por Francesco Antonio Grana, jornalista que reporta sobre o Vaticano desde 2010, em uma publicação no Il Fatto Quotidiano.
Pizzaballa pertence à ordem franciscana e dedicou mais de três décadas de sua vida à Terra Santa. Ele seria um representante da Itália, mas possui um entendimento singular da região do Oriente Médio — o ponto de interseção das três grandes religiões monoteístas e um foco de conflitos incessantes. Atualmente, seu nome é o mais cogitado nas previsões.
Pizzaballa está ciente dessa situação e procede com grande cuidado. Ele consegue disfarçar habilidosamente sua perspectiva, que é totalmente autônoma — não por uma contrariedade inicial, mas porque nasce de uma vivência singular na Terra Santa — em comparação com as posições históricas da Santa Sé sobre a resolução do conflito entre israelenses e palestinos, conforme expresso por Francesco Antonio Grana, especialista em assuntos do Vaticano, em um artigo publicado no Il Fatto Quotidiano.
Um outro nome que foi mencionado na mídia é o do cardeal Pietro Parolin, de 70 anos. Esta semana, o Vaticano também desmentiu rumores sobre uma visita dele ao papa Francisco.
Impacto Biden
O Il Fatto Quotidiano gerou discussões sobre o fenômeno conhecido como “Efeito Biden”, que representa uma pressão interna no Colégio Cardinalício visando provocar a renúncia do papa, que tem 88 anos.
A renúncia aconteceria assim que Francisco se recuperasse e voltasse para a Casa Santa Marta, sua residência. Essa decisão adiantaria o conclave.
O Papa vinha alertando sobre a pressão há bastante tempo. “Continuo vivo. Mesmo com alguns desejando meu falecimento. Tenho consciência de que houve encontros em que se considerava que minha situação era mais séria do que foi relatado. Estavam organizando o conclave. Paciência! Graças a Deus, estou em boas condições“, afirmou recentemente.
“Alguns comentam que meu momento chegou”, afirmou Francisco. Ele fez essa observação ao ser visitado pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, no Gemelli, na quarta-feira passada (19). “Estão sempre tentando me apressar”, acrescentou o pontífice.
“Realmente, alguém fez uma oração para que o papa chegasse ao céu, mas o Senhor optou por me manter aqui por mais algum período“, afirmou o Papa Francisco.
