480 militares estão há uma semana retidos após furto de 21 metralhadoras de guerra do Exército

Os armamentos estavam em manutenção. Corporação alega que está ouvindo toda a tropa para tentar descobrir onde armas desparecidas na última terça-feira foram parar. Exército apura se há algum militar envolvido no crime

 

De acordo com o Comando Militar do Sudeste, 21 metralhadoras foram furtadas do Arsenal de Guerra de São Paulo. O sumiço dos armamentos foi notado durante uma inspeção, realizada na última terça-feira (10). As armas são “inservíveis”, ou seja, foram recolhidas para manutenção. Toda a tropa, composta por 480 militares de todas as patentes, completam nesta terça-feira (17) uma semana impedidos de deixar o quartel onde trabalham para contribuir com o curso da investigação. O Exército brasileiro investiga o caso.

A corporação alega que está ouvindo toda a tropa para tentar descobrir onde as armas foram parar. Trinta e cinco dos militares já prestaram depoimentos. O desaparecimento do armamento foi notado na última terça-feira, quando a corporação realizou uma vistoria interna no Arsenal de Guerra em Barueri e detectou uma discrepância no número de metralhadoras. Desde então, soldados, cabos, sargentos, tenentes, capitães, majores e coronéis estão “aquartelados” por determinação dos superiores hierárquicos. Seus celulares foram confiscados para não se comunicarem com parentes. O contato com eles está sendo feito por meio de um representante do Exército.

Nos últimos dias, familiares têm ido até a frente da base pedir informações sobre os militares retidos. Apesar de o Exército informar que nenhum deles está detido ou preso, ninguém pode ir para casa. A corporação informou que a medida é necessária para tentar localizar e recuperar o armamento. O sumiço das 13 metralhadoras calibre .50, que podem derrubar até aeronaves, e das oito metralhadoras calibre 7,62 está sendo investigado exclusivamente pelo Exército. O Comando Militar do Sudeste (CMSE), na capital de São Paulo, e o Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), em Brasília, enviaram comitivas para apurar o extravio do arsenal.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que as polícias Militar e Civil do estado estão mobilizadas para auxiliar na localização das metralhadoras e na identificação dos responsáveis pelo furto. Há o temor de que os armamentos sejam destinados ao crime organizado. “Por meio do Muralha Paulista, estão sendo analisados registros digitais sobre veículos e pessoas nas vias próximas e de acesso ao local do crime com o objetivo de identificar alguma anormalidade de interesse policial”, disse a pasta, em nota.

Também em nota, o Comando Militar do Sudeste se manifestou. “O Comando Militar do Sudeste informa que, no dia 10 de outubro de 2023, em uma inspeção do Arsenal de Guerra de São Paulo, foi verificada uma discrepância no controle de 13 (treze) metralhadoras calibre.50 e 8 (oito) de calibre 7,62, armamentos inservíveis que foram recolhidos para manutenção. Imediatamente, foram tomadas todas as providências administrativas com o objetivo de apurar as circunstâncias do fato, sendo instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM).

Toda tropa está aquartelada de prontidão (cerca de 480 militares), conforme previsões legais, para poder contribuir para as ações necessárias no curso da investigação. Os militares estão sendo ouvidos para que possamos identificar dados relevantes para a investigação. Os armamentos são inservíveis e estavam no Arsenal, que é uma unidade técnica de manutenção, responsável também para iniciar o processo desfazimento e destruição dos armamentos que tenham sua reparação inviabilizada”, conclui o comunicado.

(Foto: Sd Marcio Roberto)

 

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