Condenado pelo assassinato de Chico Mendes assume o comando do PL em cidade do Pará.

Darci Alves Pereira, réu confesso pelo assassinato do ambientalista Chico Mendes, assumiu a presidência do Partido Liberal (PL) de Medicilândia, no Pará.

A cerimônia de posse foi realizada no dia 26 de janeiro, na Câmara dos Vereadores da cidade de 32 mil habitantes. Pereira é afilhado político do deputado estadual Rogério Barra (PL), que também atua como secretário-executivo do PL no Pará.

Ainda não há, oficialmente, informações sobre quais candidatos serão lançados pelo PL aos cargos de vereador e prefeito de Medicilândia, mas as aspirações políticas de Darci não devem se resumir à presidência municipal do partido, uma vez que ele já se posiciona como um pré-candidato desde o ano passado.

Em postagem de 2 de novembro de 2023, Pereira, que assumiu a identidade de Pastor Daniel, publicou uma arte em que promete “fazer a diferença por Medicilândia”.

Em janeiro deste ano, ele se lançou oficialmente pré-candidato a vereador.

A questão é que boa parte da população da cidade paraense não conhece o histórico do Pastor Daniel.

Recomeço

Réu confesso, Darci Pereira foi condenado a 19 anos de prisão em 1990, pela execução de Chico Mendes, em Xapuri, no Acre. O ambientalista tinha 44 anos e foi morto com um tiro no peito.

Em 1992, Pereira se entregou à polícia e confessou o crime, que teve a participação do pai, Darly Alves da Silva. Ambos foram presos na penitenciária de Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco, mas conseguiram fugir e passaram três anos foragidos.

Quando recapturados pela Polícia Federal, em 1996, mudaram a versão do crime e disseram ser perseguidos.

Depois de cumprir parte da pena, Pereira passou para o regime semiaberto por bom comportamento.

Atualmente, o Pastor Daniel trabalha como líder religioso da Assembleia de Deus da Última Hora, tem uma fazenda de cacau e gado na cidade e é conhecido como herói pela comunidade.

Família

Para Angela Mendes, filha mais velha do ambientalista assassinado, a notícia não foi uma surpresa, pois ela já tinha conhecimento das aspirações políticas do assassino do pai.

“Eu já sabia há algum tempo, não muito, poucos meses, da pretensão política do Darci. De toda forma, eu não me surpreendo […] Ter uma pessoa na presidência de um partido como o PL, de extrema direita e que tanto mal causou ao País, cuja família sempre viveu através de ilícitos, para mim é a representação da maioria do Congresso que a gente tem hoje”, diz.

Na imagem, ao lado da esposa, Darci Pereira posa em banner do PL.  (Foto: Reprodução/ Facebook)

 

 

*Com informações do portal o eco

 

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