Coisas da Política

PODEMOS

Senador Zequinha Marinho prepara as malas para deixar o Partido Liberal. E o destino já está decidido: será o Podemos, que é atualmente presidido no estado pelo deputado Igor Normando, primo do governador Helder Barbalho. O convite veio da presidente nacional da legenda, deputada Renata Abreu, que ficou decepcionada com o desempenho do partido no Pará nas últimas eleições para a Câmara Federal. Senadores da agremiação também intermediaram a aproximação.

 

DESLOCAMENTO

Com a filiação de Marinho, o Podemos se desloca da base de apoio do governador para formar nas fileiras da oposição. Zequinha tem avisado a amigos e correligionários que será candidato novamente ao Senado em 2026. O senador vinha incomodado com o crescente controle do deputado Éder Mauro sobre o PL e avaliava que teria dificuldades para impor sua diretriz política à legenda, sobretudo na disputa pelas prefeituras. Dessa forma, sem criar atritos com a legenda oposicionista, passa a ter um partido para chamar de seu.

REVOADA

Além de Zequinha, outra liderança que deve deixar o PL é o Delegado federal Everaldo  Eguchi (abaixo), que registrou excelente desempenho nas urnas nas duas últimas eleições. Vai sair sem atritos, mas entendendo que precisa buscar novos ares para suas pretensões políticas, que passam, ano que vem, pela sucessão municipal na capital do Estado. Será uma noiva bastante cobiçada por partidos que desejarem ter um nome forte para a disputa da prefeitura de Belém. Não é descartado, inclusive, que deixe as fileiras da oposição mais dura ao governador  e torne-se independente.

 

AVANTE

Como já anunciado pela coluna, após a fusão do PSC com o Podemos, o deputado estadual Wescley Tomaz ficou livre para tomar seu rumo. E decidiu. À convite do deputado federal Luís Tibé (MG), presidente nacional do Avante, Tomaz assumirá o comando da legenda no Estado. O ex-secretário geral do PSC no Pará, Edilson Brandão, acompanhará o novo presidente em sua missão de organizar a agremiação em todos os municípios paraenses.

 

CAVALO DE PAU

É bom registrar que o Avante era comandado no Estado pelo ex-deputado Hilton Aguiar, que é adversário de Wescley Tomaz na disputa pela prefeitura de Itaituba. Enquanto Aguiar faz parte do governo Helder Barbalho, ocupando a secretaria regional do Oeste do Pará, Tomaz está à frente do bloco bolsonarista, adversário do MDB naquela região. A mudança de orientação política do partido no Estado, portanto, é da água para o vinho. Luis Tibé teria tomado a decisão também insatisfeito com o desempenho do partido nas urnas em 2022, na eleição para deputado federal.

 

REDENÇÃO

O deputado federal Joaquim Passarinho (PL) transferiu seu domicílio eleitoral de Belém para Redenção, onde foi o parlamentar mais votado nas últimas eleições, com 11.183 votos, bem à frente do segundo mais votado, William do Potência, com 6.890 votos. Passarinho teve como forte cabo eleitoral o prefeito Marcelo Borges (PSD), que não pode mais ser candidato a reeleição. O comentário na cidade é que o gestor apresente o nome de Joaquim para sucedê-lo.

 

DILEMA

Disposto a não ser mais candidato a deputado federal, Passarinho tem a prefeitura de Redenção como primeira opção, caso contrário não teria transferido seu domicílio. Mas sonha mesmo é com uma vaga no Senado nas eleições de 2026. A maior resistência que enfrenta para disputar a prefeitura é dentro da própria família, que não estaria vendo a mudança com muita animação.

ALINHAMENTO

O segundo problema a ser enfrentado pela possível candidatura de Passarinho à prefeitura é a sua postura de oposição a Helder Barbalho. O prefeito Marcelo Borges está alinhado ao governador e a escolha do deputado federal certamente causaria um estranhamento nas relações. A não ser, é claro, que Passarinho mude de posição em relação ao governador. Como diria Gerson Peres, “em política a gente vê até boi avoar”.

 

COBRANÇA

Joaquim Passarinho foi um dos parlamentares que mais combateu a divisão do Estado e a consequente criação do Estado de Carajás, um dos maiores sonhos das lideranças e da maioria do eleitorado de Redenção. Agora domiciliado no município deverá ser cobrado, caso seja candidato, para dizer se continua contra o sonho da região. Pelos votos que teve em 2022 talvez encontre uma forma de driblar mais essa pedra no caminho.

 

CANDIDATOS

Além da possível candidatura de Passarinho, o prefeito tem também como nome a ser apoiado o vereador Leandro Onofre (PSD) e o atual secretário de Saúde do município, vereador João Lúcio (PSD). O jovem vereador Gabriel Salomão (MDB) já está com o nome nas ruas. O empresário William do Potência namora com o União Brasil, o ex-prefeito Mário Moreira está em vias de se filiar ao PL e o advogado Carlos Eduardo Teixeira, o Cadu, ainda não decidiu seu destino. Todos de olho na prefeitura. A disputa promete.

 

CORREÇÃO

Em coluna anterior noticiamos que o deputado federal Júnior Ferrari assumiu a presidência do PSD e teria como missão ampliar a bancada do partido, que só contaria com ele como deputado federal. Erramos! O partido também elegeu o deputado Raimundo Santos. A missão, portanto, é ampliar para três o número de parlamentares em 2026. Pedimos nossas desculpas aos leitores!

 

CICLO

Sérgio Cabral, o último político que continuava preso em função da Operação Lava Jato, já está solto. Sérgio Moro enfrenta dificuldades em seu partido. As deputadas Joice Hasselmann e Janaina Paschoal naufragaram nas urnas. Bolsonaro perdeu para Lula e agora está respondendo diversas denúncias por corrupção e falsidade ideológica. O deputado Deltan Dallagnol, coordenador da Operação, teve seu mandato cassado pelo TSE, por unanimidade, com base na Lei da Ficha Limpa. Fim de um ciclo?

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