“15ª Cúpula do BRICS”: Joanesburgo pode sediar a cúpula da expansão dos BRICS

Henrique Acker (Correspondente internacional) –  Se depender das expectativas dos chefes de estado, a XV cúpula do BRICS, a realizar-se de 22 a 24 de agosto em Joanesburgo (África do Sul), pode representar um marco na expansão da organização. Por enquanto, o BRICS reúne o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, justamente as economias mais fortes fora do eixo Estados Unidos-União Européia.

Com a crise mundial provocada pela guerra da Ucrânia e a resistência dos EUA e da União Européia em reconhecer a necessidade de uma nova ordem mundial multipolar, cerca de 20 países influentes já pediram ingresso formal no BRICS, como Egito, Turquia, Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Argentina, México e várias nações africanas.

Para se ter uma dimensão da importância do BRICS, os cinco países membros juntos concentram 41% da população mundial e têm hoje um peso econômico maior que o G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), os sete países mais desenvolvidos do planeta. Segundo os dados fornecidos pela Acorn Macro Consulting, um instituto de pesquisas do Reino Unido, o BRICS representa atualmente 31,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, contra 30,7% do G7.

O alargamento do BRICS como aliança de países emergentes ou em desenvolvimento, é justamente um dos pontos centrais da cúpula de Joanesburgo. Para dar sustentação a uma política de acolhimento de novos membros, foi formalizado o Novo Banco de Desenvolvimento, presidido pela ex-presidente Dilma Russeff. Além disso, há planos adiantados para a criação de uma moeda comum e um sistema de pagamentos próprio do BRICS para uso em transações internacionais, dispensando o uso do dólar como moeda corrente nesses casos.

Segundo Mikatekiso Kubayi, pesquisador do Instituto de Pensamento e Conversação Pan-Africano da Universidade de Joanesburgo e especialista em BRICS, o comércio internacional justo e mais fácil, bem como uma grande redução nos custos das transações, seriam algumas das razões pelas quais os países poderiam formar uma nova união monetária. (Fotos: Reprodução)

 

Por Henrique Acker (Correspondente Internacional)

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