PF manterá sigilo sobre delegada que investigará Silvio Almeida

Investigação começa nesta semana e incluirá depoimentos de mulheres que acusam o ex-ministro de assédio

 

A direção-geral da Polícia Federal decidiu não divulgar o nome da delegada que vai investigar as denúncias de assédio contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, demitido na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação é da coluna da jornalista Malu Gaspar do jornal O Globo desta terça-feira (10).

Uma das vítimas de abuso teria sido a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que na semana passada confirmou ter sido vítima de abuso em uma reunião com o presidente da República. A decisão foi tomada para proteger a investigadora de possíveis ataques nas redes sociais, uma preocupação levantada após recentes episódios de intimidação sofridos por outros dois delegados da instituição envolvidos nos inquéritos das milícias digitais e da tentativa de golpe bolsonarista.

O anúncio de que uma mulher dirigirá o inquérito sobre o caso Silvio Almeida foi feito pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. “Mas vamos preservá-la”, afirmou, explicando que a medida visa evitar que ela sofra um “linchamento” semelhante ao que ocorreu com os delegados Fábio Shor e Raphael Astini.

Rodrigues se refere à onda de ataques que ocorreu nas últimas semanas contra os delegados Fábio Shor e Raphael Astini, que dirigem os inquéritos das milícias digitais e da tentativa de golpe de Estado, respectivamente.

A investigação contra Almeida começa nesta semana e incluirá depoimentos de mulheres que acusam o ex-ministro de assédio sexual. Entre as denunciantes, está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que teria relatado comportamentos inapropriados, como toques indevidos e comentários de teor sexual. Outras mulheres também formalizaram acusações por meio da organização Me Too Brasil.

Silvio Almeida, que foi exonerado do cargo na última sexta-feira (6), nega veementemente as acusações. Em nota e em vídeo divulgados após o surgimento das denúncias, ele afirmou não ter cometido qualquer ato de assédio. A substituta de Almeida no Ministério dos Direitos Humanos é a deputada estadual Macaé Evaristo, de Minas Gerais.

(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

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